Africa Basquetebol

13 maio 2015

ANGOLA : Moncho López enaltece potencialidades do Senegal



Seleccionador nacional desembarca em Luanda para projectar a operação Tunísia
Fotografia: José Soares
Apesar de não ter conseguido o apuramento directo, para a fase final do Campeonato Africano das Nações, prova a decorrer de 19 a 30 de Agosto na Tunísia, selectiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, em 2016, a selecção do Senegal é dos adversários a ter em conta, quanto à conquista do título da 28ª edição do Afrobasket.

A constatação é do seleccionador nacional, Moncho López, quando reagia ontem ao Jornal dos Desportos, sobre o sorteio  realizado sábado último em Yaounde, Camarões, que colocou as selecções da República Centro Africana, Senegal e da Argélia nos grupos A, B e D respectivamente da fase final do Afrobasket da Tunísia.
Tal como havia prognosticado o técnico espanhol, que este ano vai ter  a missão de conquistar o 12º anel continental e consequentemente, o apuramento aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, o combinado do Senegal, penta-campeão africano, e medalha de bronze da última edição da prova, acabou por ser inserido no Grupo de Angola, depois de ter beneficiado do Wild Card (convite) da Fiba-Afrique, à semelhança das outras duas selecções.

“Como imaginei, o Senegal acabou por ficar enquadrado no nosso grupo, o que torna as coisas um bocado mais difícil, mesmo assim, eu gosto de pensar que são outras selecções que devem preocupar-se pelo facto de ter Angola como adversário”, começou por dizer o técnico espanhol que vai conduzir os destinos do “cinco” nacional o africano da Tunísia.
A qualidade física, aliada à altura, são pressupostos que a Selecção Nacional vai ter de trabalhar para suplantar o Senegal na fase preliminar do Campeonato Africano das Nações, de acordo ainda com o seleccionador nacional, que deve chegar a Luanda nos próximos dias.

“A maior dificuldade de defrontar a selecção do Senegal é, como todos nós sabemos, a grande qualidade física dos seus jogadores, por possuírem características atléticas e muito pelo tamanho. Devem ser uma das selecções mais altas de África e quem sabe do mundo”, teceu.
Moncho López destacou por outro lado, a quantidade e a qualidade dos jogadores que o Senegal tem espalhados nas melhores ligas da Europa e não só, o que à partida lhes permite formar um grupo altamente competitivo.

“Têm os melhores jogadores espalhados por diferentes campeonatos a nível da Europa, que possibilita-os de formar um grupo com experiência e sobretudo, com ritmo competitivo mas também é um handicap para se entrosar e chegar como uma equipa coesa ao nível da selecção de Angola. Acho que nós temos vantagem pelo facto de muito dos nossos atletas competir no mesmo campeonato”, disse.
Entre as várias estrelas que o Senegal tem, Moncho López destacou o poste Gorgui Dieng, que actua na Liga Norte-americana de basquetebol (NBA).
“O Gorgui Dieng é um atleta tecnicamente bastante evoluído e com uma margem de progressão muito grande”, disse.
Para o Afrobasket da Tunísia, o combinado do Senegal vai contar com o núcleo duro que conquistou na Costa do Marfim, em 2013, a medalha de bronze.
Ao finalizar, o seleccionador nacional reiterou a pretensão do “cinco” nacional que passa pela reconquista do título africano.

“Nós vamos trabalhar bem e organizadamente, para chegar com a máxima força ao campeonato. Com respeito a todos, mas sem medo de qualquer adversário. A grande mentalidade dos nossos atletas faz toda a diferença”, ressaltou.
A Selecção Nacional vai disputar a fase preliminar do Afrobasket da Tunísia inserida no Grupo B, juntamente com as selecções do Senegal, Moçambique e Marrocos. A Tunísia, país anfitrião, está enquadrada no Grupo A, ao lado das selecções do Uganda, Nigéria e República Centro Africana.

O  Egipto, vice-campeão africano, Gabão, Mali e Camarões fazem parte do Grupo C, ao passo que Costa do Marfim, Cabo Verde, Argélia e Zimbabwe completam o Grupo D.


AFROBASKET’2015
Bases preocupam  selecção nacional

A posição de base é a maior preocupação na selecção nacional, que vai defender o título continental no Afrobasket'2015, que se disputa na Tunísia, em Agosto e apura o representante de África para os Jogos Olímpicos Rio'2016. A apreensão é do analista de basquetebol Eduardo Baptista Moscavide, quando abordava sobre a oferta de atletas para o conjunto nacional.
“A maior preocupação de momento é a posição '1' (base). O Armando Costa não está a fazer uma boa época e não temos o Milton Barros. O primeiro está a jogar mal e o Gildo já devia ter evoluído mais”, disse o analista.
Moscavide discorda que se adopte na selecção nacional a opção do Recreativo do Libolo, em que o treinador colmatava a vaga de Milton Barros com a adaptação de Olímpio Cipriano, como base.
“O Olímpio pode jogar a base, mas não é base. Vamos ver o que o treinador vai fazer. Ele é um homem com muita experiência, tem dois meses para trabalhar e já treinou muitas selecções”, sublinhou.
Interrogado sobre quem podia ser o eventual terceiro base, depois de Armando e Gildo, o antigo treinador do FC Luanda reconheceu a complexidade da situação. “Vai ser difícil, pode ser Bráulio Morais ou Francisco de Sousa. Estava à espera que o Edmir Lucas, por esta altura, pudesse ser um base, mas não é”, disse.
Sobre as outras posições, Eduardo Baptista Moscavide afirmou que “têm uma oferta aceitável, o que pode levar o seleccionador a ter uma boa dor de cabeça”. Para as posições 4-5, o analista apontou sete jogadores e outra relação de nomes para 2-3.
Baptista Moscavide define, de acordo com a sua experiência, o que é um base. “O base é a correia de transmissão” do treinador. E como tal, tem de mandar na equipa dentro do campo. Os colegas têm de o reconhecer como mandante. Isso exige ter uma capacidade psicológica e força mental muito forte”, explicou.

Quanto aos eleitos, Moscavide vaticina que a selecção nacional vai ser à base do núcleo “duro” que esteve no Mundial de Espanha'2014, mais Carlos Morais, Leonel Paulo e Felizardo Ambrósio.